A jornada de vida de todo ser humano deve ser uma viagem inspiradora.
E assim, chega ao fim nossa expedição pelas veredas primordiais da matemática. Esta notável ciência sempre auxiliou as demandas humanas, dando respostas claras e objetivas a problemas de ordem prática; com ela, a humanidade foi capaz de organizar-se progressivamente em níveis sempre mais complexos, administrando seus recursos, aprimorando suas técnicas produtivas, tornando a vida das pessoas mais fácil, confortável e previsível.
Uma coisa é certa: para se ensinar matemática só é necessário boa vontade; para aprendê-la, perseverança; e para gerar resultados, o compromisso de ambas as partes. Recursos tecnológicos podem facilitar o aprendizado, mas o que dizer daquele professor que leciona para as crianças ribeirinhas, nos extremos longínquos da Amazônia, ou então nos rincões ressequidos do sertão, onde num e noutro muitas vezes nem uma sala de aula se tem? Entretanto, não se engane: quaisquer das quatro operações aritméticas não precisam de muito mais que a areia branca às margens de um rio, ou da terra poeirenta embaixo de um umbuzeiro; dois gravetos presos em ângulo numa de suas extremidades fazem um compasso; um palito lhe serve de giz; sementes ou seixos formam ábacos, fazendo o chão as vezes de mesas; boas histórias bem contadas, jogos e quebra-cabeças, suas ferramentas pedagógicas, e eis que a matemática surgirá em todo o seu esplendor! Que não se diga que nos falte criatividade, que dessa virtude somos conhecidos por tê-la em abundância... e para que não nos esqueçamos de que a história humana, com todas as suas cores e nuances, sempre andou de mãos dadas com a matemática, fica aqui a frase do matemático e astrônomo inglês James Glaisher nos servindo de lembrete: "Estou certo de que nenhum tema perde mais que a matemática por qualquer tentativa de dissociá-la de sua história". Avante! Somente com dedicação é que se adquire conhecimento.
Até o próximo volume!